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RECUPERAÇÃO DA FAIXA DE AREIA

A recuperação da faixa de areia da Praia Central de Balneário Camboriú ocorreu em quatro fases ao longo de 2021. Entre março e julho, foi realizada a mobilização da equipe e a montagem da tubulação. De julho a agosto, parte da tubulação foi transportada ao mar para se conectar ao navio-draga Galileo Galilei, responsável por trazer a areia da jazida a 15 km da costa. Entre setembro e novembro, ocorreu o preenchimento e espalhamento da areia na praia. Por fim, de novembro a dezembro, a obra foi finalizada com a desmobilização do canteiro e dos equipamentos.

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O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE  A OBRA DE MACRODRENAGEM

Que obra é essa?

A obra de recuperação da faixa de areia da Praia Central de Balneário Camboriú consiste no preenchimento do cordão arenoso da praia à extensão aproximada que possuía antes da ocupação atual, por volta da década de 1950. Para isso, um navio-draga deve retirar areia de uma jazida (a 15km da costa) e transportar a areia até um sistema de dutos (a 2,2km da costa), que conduzirá o material (água e areia) até a praia. A obra deve ocorrer em quatro fases:


i) mobilização e montagem da tubulação - de março a julho de 2021: foi realizada a instalação do canteiro de obras e a mobilização de mão de obra. Também foi concluído, em julho, o processo de montagem da tubulação que conduzirá a areia até a praia;


ii) Transporte da tubulação - de julho a agosto de 2021: a segunda parte do processo envolve o transporte de parte da tubulação até o mar, até depois da Ilha das Cabras, a 2,2km da costa. Lá ele se encontrará com um navio-draga (o Galileo Galilei) e terá inicio o transporte da areia até a praia;


iii) Recuperação da faixa de areia - de setembro a novembro de 2021: consiste na disposição da areia da jazida na atual faixa de praia e o espalhamento com retroescavadeiras.


iv) Finalização das obras e desmobilização - de novembro a dezembro de 2021: envolve a conclusão do espalhamento da areia da jazida na praia central e desmobilização do canteiro de obras e maquinário.

Por que fazer essa obra?

A recuperação da faixa de areia se deve a diversos fatores, em especial à redução efetiva (pela erosão costeira causada pelo avanço do mar) e virtual (pelo efeito da ocupação humana na praia) da faixa de areia. Os dois fatores, quando agregados, trazem risco às estruturas presentes em trechos próximas à praia, motivando a adoção de medidas protetivas. Outra vantagem é a baixa duração desse tipo de obra, que evita a necessidade de intervenções durante a alta-temporada.


No entanto, é também verdade que o desejo por mais áreas de lazer e para o turismo é um fator motivador da obra, pois estes constituem importantes setores da economia do município, empregando pessoas e arrecadando tributos (taxas, contribuições e impostos).


Por tudo isso, a obra é desejável tanto do ponto de vista socioambiental, por recuperar o estoque de sedimentos (areia) disponível no cordão praial, quanto econômico, por evitar a erosão das estruturas e por impulsionar dois dos setores econômicos mais importantes de Balneário Camboriú. Não se quer dizer, no entanto, que a obra não trará consigo também interferências negativas, as quais deverão ser evitadas, reduzidas ou compensadas a partir das condicionantes estabelecidas pelo órgão ambiental licenciador (IMA/SC) e acompanhadas pela Consultoria Ambiental (Caruso).

Quais os principais impactos ambientais da obra? E como eles serão evitados?

Além dos impactos positivos (proteção à erosão costeira, aumento das áreas de lazer e turismo, geração de empregos, dinamização econômica, arrecadação de impostos, dentre outros), os estudos ambientais não deixaram de considerar que a recuperação da faixa de areia da Praia Central gera alguns impactos negativos.


Os principais impactos negativos devem ocorrer durante as obras, em decorrência de perturbações às pessoas (com o barulho, a movimentação de máquinas e a limitação de uso da praia) e aos seres vivos marinhos (especialmente na jazida no fundo do mar) da enseada. Assim, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto aponta os seguintes impactos possíveis durante a instalação:

  • Redução da Abundância e Diversidade da Macrofauna Bentônica (-)
  • Aumento da Turbidez das Águas (-)
  • Redução da Produtividade Biológica (-)
  • Desequilíbrio na Comunidade da Biota Aquática (-)
  • Conflitos com Usuários da Praia Central e da Enseada de Balneário Camboriú (-)
  • Proliferação de Microalgas Tóxicas (-)
  • Perturbação Sonora sobre os Pequenos Cetáceos (-)
  • Afugentamento de Organismos Nectônicos (-)
  • Conflito com a Atividade Pesqueira (-)
  • Possível Contaminação das Águas da Enseada de Balneário Camboriú (-)
  • Degradação da Paisagem (-)
  • Aumento dos Níveis de Pressão Sonora (-)
  • Redução da Qualidade do Ar (-)
  • Geração de Postos de Trabalho Temporários (+)

Já quando a recuperação estiver concluída, prevê-se um maior número de impactos positivos, especialmente no turismo e, com isso, na economia local; mas também com restauração do habitat praial e uma maior área de repouso, reprodução e alimentação para as espécies de avifauna. São impactos do pós-obra:


  • Modificação nos Padrões de Erosão e Deposição do Perfil Praial (-)
  • Restauração do Habitat Praial (+)
  • Melhoria das Condições de Lazer para os Usuários da Praia (+)
  • Aumento da Arrecadação Tributária e Aumento da Movimentação Financeira (+)
  • Aumento da Pressão sobre os Serviços Públicos e Infraestrutura do Município (+)
  • Conflitos com os Usuários da Praia (-)
  • Maior área de repouso, reprodução e alimentação para as espécies de Avifauna (+)
  • Aumento do Turismo no Município de Balneário Camboriú (+)
  • Geração de Empregos e Renda (+)

Com base nos impactos listados, foram estabelecidas medidas capazes de prevenir, mitigar, monitorar e compensar possíveis impactos deletérios da obra, bem como de potencializar os efeitos positivos. Assim, estão em execução 21 programas e planos ambientais previstos no Plano Básico Ambiental (PBA), aprovado pelo IMA/SC para obtenção da Licença Ambiental de Instalação (LAI). São eles:


1.Programa Ambiental de Construção (PAC): coordena as ações ambientais durante as obras, garantindo a inexistência de infrações e a execução das ações previstas.


2.Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC): realiza a gestão dos resíduos gerados diretamente pelas obras.


3.Programa de Monitoramento da Qualidade da Água (PMQA): verifica a qualidade da água nos locais interferidos pelo projeto.


4.Programa de Monitoramento da Biota Aquática (PMBA): acompanha a saúde ecológica dos seres vivos que vivem no mar nas áreas próximas ao projeto.


5.Programa de Controle Ambiental da Atividade de Dragagem (PCAAD): confere a adequação ambiental do processo de dragagem.


6.Programa de Monitoramento da Dispersão da Pluma de Sedimentos (PMDPS): avalia a movimentação da areia levantada pelas obras no fundo do mar.


7.Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar (PMQAr): examina a qualidade do ar nos locais interferidos pelo projeto.


8. Plano de Monitoramento dos Níveis de Pressão Sonora (PMNPS): audita os ruídos produzidos pelas obras e seu efeito sobre possíveis ouvintes no entorno.


9. Programa de Monitoramento da Pesca Artesanal (PMPA): averigua possíveis efeitos da obra sobre a produção dos pescadores artesanais da região.


10. Programa de Comunicação Social (PCS): divulga informações sobre a obra e os programas ambientais realizados, bem como coleta a opinião e responde as dúvidas das pessoas interessadas.


11. Programa de Educação Ambiental (PEA): busca a sensibilização da população e dos trabalhadores para questões ambientais.


12. Programa de Acompanhamento do Clima de Ondas e da Dinâmica Praial (PACODP): investiga possíveis impactos da obra na formação de ondas, correntes e marés.


13. Programa de Monitoramento do Perfil Praial (PMPP): analisa a linha de costa da praia antes, durante e depois das obras.


14. Programa de Monitoramento das Cotas Batimétricas da Enseada (PMCBE): observa a profundidade do mar próximo à praia para verificar se ocorreram mudanças no fundo da enseada.


15. Programa de Monitoramento da Avifauna na Faixa Praial (PMAFP): acompanha a saúde ecológica dos grupos de aves que utilizam a praia como habitat.


16. Programa de Acompanhamento da Hidrodinâmica da Jazida (PAHJ): monitora de que forma a área da jazida se comporta após a retirada do material.


17. Programa de Monitoramento da Qualidade dos Sedimentos (PMQS): mede se a areia utilizada na recuperação é adequada para este fim.


18. Programa de Segurança da Praia (PSP): visa garantir medidas de segurança para prevenção de acidentes relacionados com as obras, na terra e no mar.


19. Programa de Mitigação das Interferências no Sistema Viário (PMISV): estabelece medidas para prevenir que o aumento de tráfego decorrente das obras comprometa as vias de entorno.


20. Programa de Ação de Emergência (PAE): descreve os procedimentos de resposta às situações emergenciais (incidentes) que eventualmente possam vir a ocorrer.


21. Programa de Emergência Individual (PEI): similar ao PAE, mas voltado para procedimentos de resposta a um eventual incidente de poluição por óleo.

O alargamento da faixa de areia interfere no nível de água dos rios?

Não há qualquer evidência, com base nas experiências de recuperação ou alargamento da faixa de areia de praias (por exemplo, nas cidades do Rio de Janeiro/RJ, Fortaleza/CE, Florianópolis/SC, no Brasil; Gold Coast, Austrália; e em praias dos estados da Flórida e da Califórnia, nos Estados Unidos; bem como em boa parte da costa holandesa e inglesa), que mostre uma alteração preocupante no nível de água dos rios ou na incidência de inundações.


Você pode ter uma ideia de como essa prática é comum em outros países por meio da base de dados (https://beachnourishment.wcu.edu/), que registra 2.140 projetos apenas nos Estados Unidos. Mesmo assim, com base no princípio da precaução, o nível de água dos rios Camboriú e Marambaia será monitorado para garantir que não há interferência significativa.


Além disso, a fixação das barras dos rios Marambaia (Figura 1) e Camboriú (Figura 2), com a construção dos molhes, garante que estes rios tenham seu fluxo hidrodinâmico normal, permitindo sua vazão plena do rio ao mar sem obstruções, como os bancos de areia, por exemplo, que eram comuns em ambos os rios no passado e que contribuíam para a obstrução do canal em determinados momentos, além de dificultar a navegação.


Os molhes também foram concebidos para que funcionem como estruturas que contém a praia central dentro de um equilíbrio hidrodinâmico, evitando que o balanço dos sedimentos (transporte lateral de areia) leve a areia da praia para dentro do canal dos dois rios ou que a areia seja levada para uma zona mais funda da enseada, sem retornar à praia. 


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Fig.+01+-+Molhe+foz+do+Rio+Cambori%C3%BA.jpg)

Fig. 01 - Molhe foz do Rio Camboriú


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Molhe+foz+do+Rio+Marambaia.jpg)

Fig. 02 - Molhe foz do Rio Marambaia 

Durante o andamento da obra, os tubos podem ser levados pelas marés?

Embora a montagem da tubulação na praia e seu transporte ao mar ocorram justamente no período com maior incidência de ressacas (outono/inverno), o projeto contemplou ações de segurança do canteiro e no transporte para minimizar essa possibilidade. Como sabemos, porém, na natureza há sempre a possibilidade da ocorrência de eventos inesperados.


Contudo, a fase de montagem e soldagem da tubulação, na qual os tubos se encontravam soltos na praia, está praticamente concluída, sendo esse (juntamente com o transporte ao mar e a posterior retirada da tubulação) um dos momentos de maior risco.


Essa fase de colocação da linha (de tubos) de recalque (ou "pipeline") no mar é o único momento em que eles, por pouco tempo, estarão flutuando. No decorrer da obra, porém, a maior parte dos tubos estará no fundo do mar (submersa). Uma vez que a tubulação, que serve como duto de transporte da areia, esteja na posição para servir de linha de recalque (do ponto onde a draga ficará estacionada até a praia) o maior trecho desta tubulação estará no fundo do mar e, o seu peso próprio somado com a areia transportada, impede que as correntes desloquem a tubulação.


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/5.png)

A areia recolocada na praia, pode ser levada novamente pelas marés?

Sim e não.


Primeiramente, é preciso compreender que a praia é formada por duas porções. A praia emersa, que é aquela que vemos e que varia de largura entre a maré baixa e alta onde se encontra a duna e a face da praia; e a praia imersa/submersa ou antepraia, que fica abaixo das águas do mar, cujo perfil se estende, em Balneário Camboriú (Figura 03), por aproximadamente 350 metros para dentro do mar.


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Perfil+esquem%C3%A1tico+da+praia.jpg)

Fig. 03 - Perfil esquemático da praia


Sim - A areia da praia está em constante movimento por conta de efeitos naturais, como o vento, marés e ondas. Na faixa limite da praia e o mar, as marés e ondas movimentam a areia e, dentro do mar, ela sofre movimentos protagonizados, especialmente, por correntes.


Este conjunto de movimentos é chamado "balanço sedimentar litorâneo" (Figura 04) e tem dois sentidos. Transversal (frontal ou do mar à praia) e longitudinal (ao longo ou acompanhando a linha litorânea) à praia. Toda esta dinâmica modifica constantemente o formato da praia e são as condições do tempo que determinam esta dinâmica. 


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Balan%C3%A7o+Sedimentar+Costeiro.png)

Fig. 04 - Balanço Sedimentar Costeiro


Logo, a areia a ser colocada na praia para cobrir a largura pretendida acabará por compor tanto a parte emersa quanto a parte imersa. No entanto, a maior parte do volume da areia a ser colocada ficará emersa, pois sem isso a praia não teria equilíbrio para manter a areia da praia exposta, que é a praia que vemos, em equilíbrio. O perfil esquemático de construção mostra que uma parte da areia depositada pela draga irá, no decorrer do tempo, migrar à parte imersa, tendo função de atingir o perfil de equilíbrio (Figura 05).


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Equil%C3%ADbrio+do+perfil+p%C3%B3s-obra+de+preenchimento+e+perfil+de+equil%C3%ADbrio.png)

Fig. 05 - Equilíbrio do perfil pós-obra de preenchimento e perfil de equilíbrio.


Assim, nos primeiros meses após a obra, o movimento do vento, ondas, marés e correntes irá estabilizar a praia no perfil natural dela, embora uma parte deste deslocamento de sedimentos seja feito de forma mecânica (Figura 06), empurrando areia para dentro do mar, mas não é possível desloca-la 350 metros mar adentro. Quem fará esta parte será a própria natureza, "que irá equilibrar o ambiente". Este processo, que depende essencialmente da energia das marés e ondas, faz com que o balanço dos sedimentos (areia) se movimente até chegar em sua linha de equilíbrio, estabilizando-se durante dezenas de anos. Em geral, as ondas e marés conseguem fazer com que a praia se ajuste num período de 6 meses a 1,5 ano. Ao longo deste tempo a praia deverá ter seu perfil alterado chegando cada vez mais próximo da "praia original" que é, inclusive, o nome e inspiração do projeto.


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Espalhamento+mec%C3%A2nico+de+areia+para+dentro+da+praia+imersa.jpg)

Fig. 06 - Espalhamento mecânico de areia para dentro da praia imersa.


Não - A areia que, num primeiro momento, se deslocará para o fundo do mar é parte da praia, portanto, ela não significa perda, mas sim parte de um todo que compõe praia (imersa e emersa). O projeto utiliza ferramentas modernas de modelagem computacional que avaliam a dinâmica da costa desde 50 anos atrás e, projeta os eventos marítimos futuros, inclusive a elevação do nível do mar até 100 anos adiante.


As análises realizadas preveem ainda medidas de resiliência e contenção, dentre elas a incorporação de uma duna, que visa conter um excedente de areia na praia para proteger a costa de ressacas e marés extremas. A reinserção das dunas, além de possuir função ecológica, é importantíssima para proteger a infraestrutura instalada e a própria manutenção da areia na praia (Figura 08).


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Fig+08+-+Projeto+de+reinser%C3%A7%C3%A3o+de+dunas+embrion%C3%A1rias+na+Praia+de+Ipanema-RJ.jpg)

Fig 08 - Projeto de reinserção de dunas embrionárias na Praia de Ipanema/RJ


Futuramente, com a revitalização da Avenida Atlântica, novos dispositivos de drenagem urbana (Figura 09) irão evitar que as descargas de águas passem por cima do calçadão, lavando a areia da praia para a estrada, como tem acontecido ultimamente.


[image](https://irp.cdn-website.com/9e1fc8fc/dms3rep/multi/Novos+dispositivos+de+drenagem+urbana+previstos+com+a+revitaliza%C3%A7%C3%A3o+da+orla..png)

Fig. 09 - Novos dispositivos de drenagem urbana previstos com a revitalização da orla.


Em resumo, mesmo que perca alguma areia inicialmente, a praia deve continuar mais larga por muitos anos sem a necessidade de novos aterros, por mais que, no decorrer dos eventos marítimos, é possível e provável que a areia se desloque de um lado para outro, formando partes da praia mais estreitas e outras mais largas, processo que se reequilibra com a movimentação das marés e ondas que transportam areia de norte para o sul e vice-versa.


O projeto prevê que a nova praia central de Balneário Camboriú fique em equilíbrio por muitos anos, sem perdas significativas de areia. Ainda que seja possível que, em momentos de ressacas, a areia seja levada para o fundo, o processo natural do balanço de sedimentos irá depositar novamente a areia na praia, recompondo a sua estrutura. Como a praia de Balneário Camboriú tem uma ilha (Ilha das Cabras) muito próxima da linha da praia, é normal que o formato desta praia tenha pontos com uma faixa de areia bem larga e outros com uma praia menos larga, porém ainda confortável para banhistas e segura para proteger a linha da costa.

Com o alargamento a areia e a água da praia ficarão mais limpas?

Sim, mas a permanência dessa melhora só será eficiente se houver redução significativa de despejos de efluentes na enseada através dos rios e das redes de drenagem.


Dados científicos mostram que existe uma alta correlação entre a densidade de bactérias na água e a densidade bacteriana na areia úmida. Essa relação indica que, dependendo das condições ambientais e hidrodinâmicas, as bactérias da coluna de água podem ser depositadas no sedimento ou as bactérias do sedimento podem ser transportadas à coluna de água.


Desse modo, o acúmulo de bactérias em areias de praias (como ocorre na Praia Central) compromete significativamente a qualidade da água do mar, especialmente quando da ocorrência de eventos que promovam a ressuspensão do sedimento, o que explica, em alguns casos, as águas turvas resultantes dos níveis elevados de microrganismos em águas. Ademais, a areia limpa é capaz de reter poluentes e funciona como uma espécie de filtro biológico.


O volume previsto de areia a ser colocada na praia é muito grande e, as sondagens feitas na jazida de empréstimo de onde sairá a areia, mostraram uma areia muito pura e branca. Caso o resultado das sondagens se confirme, o volume adicional de areia não contaminada pode ter um efeito benéfico na qualidade das águas da enseada. Ela sozinha não, porém, poderá resolver os problemas que são gerados pela urbanização descontrola e o despejo de esgotos e águas pluviais no mar. Então, para que a qualidade da água melhore e seja mantida, a origem da poluição precisa ser combatida, principalmente com a ligação à rede de esgoto e o tratamento dos efluentes. E você, já está ligado na rede?

A obra vai acabar com as ondas?

Não. A praia foi projetada para manter seu perfil original e a zona de surfe, onde as ondas quebram, de modo que essa zona deve se manter de forma muito semelhante ao que se vê hoje. No entanto, num primeiro momento, haverá uma mudança na dinâmica das ondas por causa da areia nova colocada na praia. Na medida que ela se acomoda, volta ao regime normal de ondulação. Como foi dito anteriormente, ao longo de alguns meses, é comum que ocorram mudanças para acomodação da areia. No entanto, o projeto realizado busca intervir o mínimo possível na hidrodinâmica da enseada. 

Os esgotos clandestinos continuarão existindo e consequentemente gerando mau cheiro, principalmente na Barra Norte?

Esperamos que não, mas isso depende de todos nós. Pois a existência de destinação inadequada de efluentes sanitários nos rios da região e em particular ao Canal do Marambaia, não estão diretamente conectados com a obra de recuperação da faixa de areia.


No entanto, é válido lembrar que foram realizadas várias medidas para redução de efluentes e poluentes no Rio Marambaia. O programa "Se liga na rede" está tendo efeito muito positivo na redução de despejos de esgotos e também estão sendo monitorados pontos de descarga clandestinos, lacrando estes despejos. A construção do Molhe Norte também veio contribuir para reduzir o efeito das "línguas negras" dispersando plumas de sedimentos mar adentro. Por fim, existe um programa para despoluição da descarga de efluentes nos diversos corpos hídricos que encontram o Rio Marambaia e o Rio Camboriú que, consequentemente, devem progressivamente melhorar a qualidade das águas dos rios e da praia.

As pedras da Barra Sul vão sumir?

As pedras que estão colocadas entre o passeio e a areia deverão ser retiradas, pois elas serviram para proteger a linha da infraestrutura já desde o início da década de 80. Estas pedras serão removidas para que no lugar onde elas se encontram seja colocada um novo e mais amplo calçadão.

A restinga existente na Barra Sul vai continuar?

Sim e não.


Atualmente, há algumas poucas porções de vegetação com característica de restinga na orla da praia central de Balneário Camboriú. Elas deverão ser poupadas, na medida do possível, porém, as obras do aterro poderão ocasionar alterações de cotas na plataforma da praia soterrando eventualmente esta vegetação. Quando da execução do projeto de urbanização elas serão reparadas através de um amplo programa de reinserção de vegetação características de dunas.


Porém, como expresso, o licenciamento ambiental concedido pelo IMA/SC - Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina - exige que sejam plantadas espécies nativas características de dunas litorâneas ao longo de toda a praia para servir como proteção natural. Este projeto está sendo preparado e compreende também uma nova urbanização, integrando a recuperação com um novo paisagismo, novos equipamentos urbanos conformando uma nova orla em Balneário Camboriú.

A praia realmente diminuiu? Como podemos saber disso?

O projeto utiliza ferramentas modernas de modelagem computacional que avaliam a dinâmica da costa desde 50 anos atrás e, projeta os eventos marítimos futuros, inclusive a elevação do nível do mar até 100 anos adiante. Há diversos registros fotográficos da praia na década de 1950 que demonstram a conformação da praia à época, com a presença, inclusive, da restinga. Além disso, os moradores e frequentadores mais antigos também relatam as mudanças sofridas ao longo dos anos ocasionada pelo rápido crescimento e urbanização da praia.

Por que a praia diminuiu? Isso não vai acontecer de novo?

Todo o ano, geralmente durante o outono/inverno, o mar fica mais bravo e com ondas maiores. Quando isso acontece, nas chamadas ressacas, a água avança sobre as dunas, que ficam na parte mais alta da praia. Parte da areia das dunas não é levada pelas águas ou pelo vento porque são fixadas pela vegetação de restinga, que faz a função de proteger a costa desses eventos climáticos mais extremos. Ou seja, o mar vai buscar areia nas dunas. Já durante o verão, o mar lentamente devolve a areia para as dunas. E assim acontece todos os anos num chamado equilíbrio dinâmico. Ou seja, as praias estão sempre se movimentando. Com a urbanização da praia, esse sistema natural passa a sofrer interferência principalmente a partir da ocupação/remoção da restinga, que faz o papel de proteger a costa da erosão causada pela subida e descida do mar. Com o aumento da faixa de areia e recuperação da restinga esse sistema retoma o seu equilíbrio dinâmico, tendo novo estoque de areia e restinga restituídos.


Em resumo, mesmo que perca alguma areia inicialmente, a praia deve continuar mais larga por muitos anos sem a necessidade de novos aterros, por mais que, no decorrer dos eventos marítimos, é possível e provável que a areia se desloque de um lado para outro, formando partes da praia mais estreitas e outras mais largas, processo que se reequilibra com a movimentação das marés e ondas que transportam areia de norte para o sul e vice-versa.


O projeto prevê que a nova praia central de Balneário Camboriú fique em equilíbrio por muitos anos, sem perdas significativas de areia. Ainda que seja possível que, em momentos de ressacas, a areia seja levada para o fundo, o processo natural do balanço de sedimentos irá depositar novamente a areia na praia, recompondo a sua estrutura. Como a praia de Balneário Camboriú tem uma ilha (Ilha das Cabras) muito próxima da linha da praia, é normal que o formato desta praia tenha pontos com uma faixa de areia bem larga e outros com uma praia menos larga, porém, ainda confortável para banhistas e segura para proteger a linha da costa.

Eu não vou poder usar a praia até dezembro?

Não, você pode continuar utilizando a praia ao longo de toda a obra. Isso porque apenas uma parte da faixa de areia será interditada de cada vez. Então, continue aproveitando a praia, mas redobre a atenção à sinalização de segurança e não utilize aquelas áreas (nem na areia, nem na água) que estão interditadas pela obra.

Não seria melhor gastar o dinheiro público com outra coisa?

Em uma democracia, é normal que existam discordâncias e debates sobre o destino do erário público ou ainda que algumas obras e projetos sejam questionados por parte da população. No entanto, é importante lembrar que esse é um projeto que já foi até aprovado em plebiscito, bem como seguiu todos os processos previstos para a obtenção das autorizações construtivas e das licenças ambientais.

Mas e quem não mora perto da praia? Vai ter que pagar e não vai ganhar nada?

Não é procedente essa afirmação, pois a praia é patrimônio de todos e o turismo é uma das vocações econômicas de todo o município. Assim, vale lembrar que a obra trará grandes benefícios ao turismo, que é a principal fonte de renda de muitos munícipes; bem como aumentará a maior área pública de acesso livre e gratuito ao lazer: a Praia Central.


Ademais, o problema nesse pensamento individualista é que muitas estruturas públicas, incluindo aquelas perto da nossa casa, não necessariamente beneficiam todos os que ajudaram a custeá-la. Nem todos cruzam a mesma ponte que cruzamos, mas é para o bem de todos que a ponte existe. Com isso, especialmente as estruturas de proteção, como muros de contenção e canais de drenagem, justificam-se mesmo que não beneficiem diretamente a todos os contribuintes.


Por fim, vale lembrar outros projetos recentes que contemplaram o interior do município, tais como o asfaltamento e a requalificação de diversas ruas e avenidas; a universalização da rede de esgotamento sanitário; a limpeza de rios e córregos; melhoria de espaços de lazer e esporte; dentre outros investimentos. 

infográfico